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Giovanni e Roberta: uma casa aos novos filhos

Há mais de trinta anos, começava a nossa caminhada. Nós nos conhecemos no Ensino Médio e, desde o início do nosso namoro, compartilhamos experiências de proximidade com os pobres, em particular com as crianças com deficiências físicas. Na preparação para o casamento, o medo que pairava sobre nós era o de não ter mais a possibilidade de realizar essas atividades, já que era uma experiência ao meio do quotidiano de um casal de jovens, engajados no trabalho e na gestão da casa.

Cobriu-nos, no entanto, o caminho e o desejo de trazer esses pobres irmãos para o dia a dia da nossa vida conjugal. Por esse motivo, há quase 27 anos, desde o início do nosso casamento, tínhamos aberto a porta para as pessoas com dificuldades. Mas, visando preservar um clima mais familiar e próximo, limitamo-nos, no máximo, a duas ou três pessoas.

Desde o início, ficou claro, para nós, que não tínhamos nenhuma habilidade profissional específica para oferecer a esses irmãos, mas poderíamos compartilhar o nosso bem mais precioso: o fato de sermos uma família. Nos primeiros anos de casamento, nasceram nossos quatro filhos. Essa multiplicação de afeto e de relações tem sido um bálsamo que curou muitas feridas.

Em 2001, conhecemos a Comunidade da qual, agora, como casal missionário, fazemos parte. No mesmo período, nós recebemos a primeira pessoa proveniente da África. Não parecia-nos uma coincidência: na CMV, redescobrimos os valores aos quais desejávamos; em particular, uma vida sóbria, confiante na Providência, e o desejo de servir aos mais pobres e aos mais distantes, com a possibilidade de trilhar esse caminho com outros casais. Nossa situação familiar não nos permitiu partir, mas foi a África que, literalmente, entrou em nossa casa, trazendo uma certa agitação!

Nos anos seguintes, recebemos outros jovens africanos, principalmente, migrantes que desembarcaram em nossos litorais. Para nós, parecia natural responder a esta nova necessidade. Enquanto isso, nossos filhos iam crescendo e, junto a eles, encontramo-nos com seus colegas. Esta circunstância nos ajudou muito na construção das nossas relações, pois parecia uma boa maneira de fazer interagir!

Também, conhecemos e aproximamo-nos da realidade do Islã, e como sempre, o conhecimento direto com essas pessoas derrubou preconceitos: reunidos ao redor da mesa, trocamos receitas e histórias… A diversidade não dá medo!

Um dia com os Missionários