Meu nome é Margaret, tenho 51 anos, sou brasileira, missionaria no mundo, faço parte da CMV desde 1989 e como profissão sou enfermeira.
Trabalho em um hospital da rede pública, em Belo Horizonte, (Brasil) na unidade de internação da pediatria, nos cuidados paliativos, com crianças portadoras de doenças incuráveis.
Ser missionária
Quando comecei a trabalhar em hospital, eu ainda não era missionária, mas sentia forte o desejo de evangelizar, de amar os mais pobres, de dar tempo, visitar, estar com esses irmãos mais necessitados, que tinha descoberto através do exemplo de minha mãe e intensificado participando então do grupo missionário no bairro Betânia onde a comunidade estava presente.
Sabia que podia evangelizar e levar o amor de Deus a estas pessoas mesmo no mundo do trabalho; podia ser missionária mesmo sem cruzar mares e oceanos, ou percorrer milhares de quilômetros de estradas para evangelizar. Poderia ser testemunha do amor de Deus onde me encontrasse, através de gestos pequenos de amor e atenção. E entendi o quanto seria desafiador, estar no mundo do trabalho e testemunhar o amor de Deus, mas esse sentimento se tornava cada vez mais forte na mente e no coração, pois o encontro e o testemunho seriam cotidianos, com os pés no chão.
Algo diferente
Todas as noites, quando chego para trabalhar, cumprimento as mães e as crianças. Em uma destas noites entrei na enfermaria dei meu boa noite e uma mãe solta esta frase “Ah hoje sim, passaremos uma noite tranquila, o nosso anjo chegou” Essa frase me assustou, mas sorri e fiquei calada. De repente, essa mulher se aproximou e me falou: “Você tem algo diferente das outras enfermeiras, você é diferente, você coloca amor naquilo que faz e nós, mães, no dia do teu plantão dormimos serenas!”.
Fiquei muito impressionada com aquelas palavras e senti forte que Deus me chamava a evangelizar com pequenos gestos de amor que falam D’ELE no mundo do trabalho. E aos poucos as outras pessoas, mães, colegas de plantão também começaram a me confiar seus problemas, ansiedades, tristezas e me pediam constantemente para rezar por elas. Fui entendendo a beleza de testemunhar com a minha vida a vida de Deus.
