Comecei minha caminhada na Comunidade Missionária de Villaregia em 14 de abril de 1991. Celebrei meus primeiros votos em 1 de maio de 1996, juntamente com muitos outros irmãos e irmãs, na alegria de poder oferecer a Deus meu sim, minha vida, minha juventude e também, de alguma forma, uma assinatura em branco, com o desejo de saber ouvir e responder sim à vontade de Deus todos os dias.
A jornada para as profundezas dos meus desejos, as questões mais importantes que me ajudaram no discernimento, nasceram em um dos momentos mais bonitos da minha vida, em que me senti feliz, amada, feliz com o que estava vivenciando e que estava realizando; pessoalmente, em família, com amigos, o voluntariado, a universidade, pequenas experiências de trabalho…
Aquela pergunta: “O que você acha que está fazendo com sua vida”, começou a escavar em mim, destruindo toda a minha segurança, e me fez perceber que sozinha eu não poderia fazê-lo; eu precisava de ajuda para entender o que estava em meu coração, para ler minha vida. Agradeço por ter encontrado essa ajuda que me permitiu desnudar-me diante de Deus e ouvir através da Palavra, das pessoas que estavam ao meu redor, dos fatos da vida, para aquilo que me fazia verdadeiramente feliz.
No período em que eu estava vivendo este discernimento, senti-me profundamente unida a Deus, à sua presença. Senti paz e serenidade, ainda não sabia o que escolheria, mas estava cada vez mais claro que eu só me importava em entender qual era o meu caminho e como eu poderia segui-lo.
Agradeço pela minha família que sempre confiou em mim e deixou-me livre para fazer minhas próprias escolhas. Apesar da situação de doença do meu pai e da minha irmã, meus pais sempre testemunharam para mim a força da fé, a alegria de viver e servir mesmo em dificuldades.
Agradeço pela jornada que fiz no escotismo, uma grande ajuda para preparar-me para a vida, para viver a alegria de fazer junto com a comunidade, de serviço e, acima de tudo, da estrada, um lugar privilegiado de encontro com Deus, com os outros e comigo mesma.
No encontro com a Comunidade eu imediatamente senti-me em casa. O encontro com a fome de pão e de Deus de tantos irmãos e irmãs no mundo, não me deixou mais calma e me fez entender que Deus pediu-me para dar minha vida por eles, viver a comunidade e a missão.
Nos momentos mais difíceis, o que me dá força para seguir em frente é pensar no momento em que há 30 anos eu disse meu sim em liberdade e alegria. Talvez eu nem entendesse completamente o que estava escolhendo; nem mesmo agora tenho certeza que sei, porque o caminho é sempre essencial e novo, encontros e experiências que sempre requerem um novo sim.
Com Deus não vivemos de renda, mas passo a passo você atinge o objetivo. Então cada sim dito permite um novo. O que é certo é que Ele é fiel e sempre me ama.
Simonetta Pili
