Em Rovigo, comuna italiana, da região do Vêneto, nordeste da Itália, ambas as casas encontradas precisavam de reforma. Nos primeiros dias, eles se viram encarregados com vários trabalhos para adaptar aqueles ambientes às novas necessidades. O edifício Villaregia foi construído pelo pároco local, Don Antonio Lazzarin, como uma escola de jardim de infância e centro social, mas nunca foi utilizado para esse fim devido ao deslocamento após as enchentes. Tornando-se, desse modo, a residência dos missionários e o centro de todas as atividades.
Sem hesitar, o pároco, ao perceber que estava nascendo uma obra de Deus, retirou, da gaveta, as chaves daquele edifício, o qual lhe havia custado tantos anos de trabalho e de sacrifício. Imediatamente, as entregou aos fundadores, com palavras de plena confiança:
“Todo seu ... que Deus use para o seu trabalho”. Don Antonio, finalmente, viu cumprida a profecia que o Padre Gemelli lhe havia feito anos atrás: “Se você construiu esta casa com uma intenção justa, não tema, Deus a usará”.
O segundo edifício, em Ca’ Pisani, pouco mais de 2Km do primeiro, recebe o núcleo das missionárias. Era um antigo jardim de infância habitado, até alguns meses antes, por algumas freiras. Esta zona, onde o rio Pó desagua no mar, ramificando-se em delta, com amplos horizontes interrompidos, aqui e ali, pelas margens do rio, é uma nova paisagem para os primeiros missionários. Estamos imersos em uma terra roubada das enchentes do rio Pó, cultivado com milho e beterraba, rodeado por muita água. Aqui, vemos homens temendo pela chuva que ameaça a colheita e mulheres curvadas sobre o campo para recolher as espigas. Olhamos e acolhemos, dentro de nós, a vida daquelas pessoas, procurando entender o esforço de ficar horas e horas, em um trator, trabalhando nas vastas extensões de campo.
Pensar na vida difícil daquelas pessoas nos ajudava a amar o trabalho, muitas vezes, cansativo e prolongado dos primeiros anos. Pensar na ajuda ao proximo ajudava-nos a superar, mais facilmente, os desconfortos iniciais, ensinando-nos a resignação de aceitar o frio de uma casa nunca antes habitada e sem aquecimento. No entanto, nenhuma dessas adversidades nos fariam descumprir nosso propósito e, de vez em quando, lembramo-nos do primeiro inverno, o mais rígido:.
“Acordávamos de manhã com os cobertores úmidos: o irmão gelo nos visitava durante a noite, deixando a sua lembrança. Sentíamos os ossos ensopados, resultado do gelo que derretia, mas estávamos felizes, entusiasmados de sermos missionários, de nos doarmos para os outros, mesmo com aqueles sacrifícios”, lembra Padre Fiorenzo. “Vivíamos todos os sacrifícios e sofrimentos com a alegria, estávamos nos preparando para a vida dura da missão e para sermos solidários com os pobres”.
Desde os primeiros dias, Villaregia esteve agitada. Havia o barulho de um martelo e de uma serra; ouvia-se o rangido de carrinhos de mão e o bater de uma enxada; chegava o caminhão que descarregava a terra, ressoando o som da betoneira a misturar o concreto... Estava realmente começando... E, desde aí, já podíamos ver coisas belas! Um jovem que estudou línguas clássicas ajuda com a eletricidade; uma outra que é contadora ajudava colocando os azulejos da cozinha; um médico se encarregava de uma montanha de terra para escavar e um engenheiro construía um cano no banheiro… Improvisávamos. Auxiliava-nos pedreiros, operários não especializados, encanadores, ladrilhadores, soldadores, pintores… A nossa missão criara um canteiro de obras muito inusitado, onde ninguém era trabalhador qualificado, mas todos entravam no jogo: ajudavam com o que podiam, profundamente convencidos do que estavam fazendo!
No meio da obra, chega um fiat 147 azul: era o Mons. Sennen. “Estávamos empoeirados, sujos. Fomos ao encontro dele para recebê-lo. Com a sua espontaneidade típica, quis visitar a casa caminhando por entre os escombros e o pó. Ele tinha vindo para ver como estávamos. Percebendo que não tínhamos aquecimento, recomendou que tomássemos cuidado para não adoecermos”, recorda Padre Roberto.
"Quando ele terminou a visita, com seu bom humor, deu-nos a bênção mais linda que poderíamos esperar: “Espero que em breve esta casa se torne insuficiente para abrigar todos àqueles que desejam viver nesta nova comunidade que está surgindo”.
Em algumas semanas, nas paredes brancas da casa, desvelava-se a Providência. Servindo-se da coragem e da boa vontade de todos, iniciava-se a história de Deus conosco, fortalecendo-se dia após dia. Chegavam os primeiros móveis que mobiliariam os diversos cômodos. Os mais belos destinaram-se à construção da nossa capela para acolher a Eucaristia. Combinamos, ainda, diferentes estilos, da melhor maneira possível, a fim de alcançar uma harmonia, esta, ironicamente e de forma inusitada, testemunhada como possibilidade de coexistência com a diversidade. Diferentes, mas juntos, cada um contribuiu para que os espaços se atualizassem: o exterior e a casa mudaram, rapidamente, de aparência. Esse progresso é observado, com satisfação, pelos missionários.

Grande celebração em agradecimento a Deus pelos 25 anos de presença em Lima.
O Núncio Apostólico Mons. Bruno Musaró presidiu a celebração, juntamente com o bispo Carlos Garcia de Lurin e com outras autoridades eclesiais e civis. Os jovens da missão, para narrar esses 25 anos de presença, preparam o musical "Uma história única".

O Centro Médico, construído por missionários, ao longo dos anos, desenvolve-se e se torna uma Policlínica.